terça-feira, 24 de setembro de 2013

Najlah

Há um ano que fui capturada do meu planeta. Nem lembro mais como é a vida fora dessa outra terra estranha, GOR. No começo tudo foi tão aterrorizante! Fui trazida ali como escrava (o que é uma atividade relativamente comum por aqui) e asquerosos mercadores me fizeram passar pelos piores tormentos na tentativa de me transformar em uma pleasure slave. O que sempre resisti bravamente!


Até que três meses atrás, durante uma tentativa de fuga onde quase morri devorada por um animal selvagem, fui salva e capturada por um Warrior, Klaus. No inicio adotei a mesma estratégia de sempre: fria e distante, recusava-me a seguir ordens, mas foi inútil resistir. Ele tinha um jeito peculiar de tornar tudo tão intrigante, tão especial, tão maravilhoso. Moldava-me com paciência, castigava-me nos momentos certos e respeitava minhas limitações. Era quase como se eu fosse preciosa para Ele. Quando me dei conta percebi que estava apaixonada por aquele guerreiro bárbaro... Fiquei apavorada com essa perspectiva e tentei fazer o que mais sabia: fugir. Passei dias planejando a fuga, até que a oportunidade perfeita apareceu. Esgueirei-me pelo Castelo Dele e cheguei a ultrapassar os portões, quando parei pra analisar minhas alternativas: se saísse dali seria uma mulher morta, ou pior, teria que servir a outro Master, inconcebível!

Comecei a me esgueirar de volta o mais silenciosa que pude. Com sorte, ninguém perceberia. Mal terminei de finalizar esse pensamento, quando vi alguém me observando na porta. Que idiota! Era claro que aquilo tinha sido um teste. Ele me conhecia tão bem. Fui até Ele pisando duro, com a intenção de parecer ultrajada, mas à medida que me aproximava, a decepção em seus olhos tornava-se mais evidente. Fiquei tão envergonhada que saí correndo para meu leito reservado.

Os dias se passaram e Ele não me procurou. Já passei por muitos dias solitários e vazios, mas esse vazio era maior, esse silêncio era excruciante.

Hoje pela manhã, percebi que todo esse sofrimento é em vão. Era o que Ele estava tentando me ensinar o tempo todo: faz parte da minha natureza! Não há como fugir, não há como se esconder... Esse homem me conquistou e me dominou, e a coisa que mais quero desesperadamente é pertencer-Lhe. A necessidade de deixa-lo orgulhoso é quase uma força física em minhas entranhas, a vontade de me submeter aos Seus desejos é tão grande que dói. E por incrível que pareça me faz sentir mais mulher e feminina do que nunca. Ele precisava saber, eu precisava fazê-lo entender!

Pensei em várias formas de demonstrar a Ele que finalmente aceitei minha posição de kajira, e agora vestida com um silk elaborado e transparente, termino de tracejar uma linha fina preta em minhas pálpebras e tinjo meus lábios de rubro, enquanto relembro todas essas circunstâncias que me trouxeram até aqui e fortaleço minha convicção de que esse sempre foi o meu destino.

Ouço distantes os ruídos que indicam que Ele retornou ao Castelo. Sei exatamente o que fazer. Não há motivos para ficar nervosa, e, no entanto sinto minhas mãos suarem e borboletas esvoaçantes em meu estômago. Tem que ser perfeito. Ele merece isso de mim.

Assim que ele chega no quarto percebo seus lindos olhos curiosos analisando a decoração caprichada que fiz. O ambiente está iluminado por velas e tecidos ornamentados ricos em cores misturam-se e fazem uma bela visão. Não é preciso dizer nada, Ele se dirige até um amontoado de almofadas estrategicamente posicionadas e senta em sua postura habitual.

É sempre tão bom admirá-lo! Seu calor, sua voz, seu cheiro, tudo me faz ansiar por satisfazê-lo. Meu corpo treme com o nervosismo e a excitação também. É agora. Me aproximo lentamente Dele e adoto a posição nadu: joelhos separados, coluna ereta, seios empinados, queixo elevado mas com os olhos baixos, totalmente exposta, disponível, servil, orgulhosa e submissa. E com a voz doce pergunto:

- Posso servi-lo essa noite, Senhor?

Eu nunca esquecerei o brilho de triunfo que os olhos Dele emitiram nesse momento.

- Você deve!

Essas palavras soam como um bálsamo para meu corpo, o nervosismo desaparece. Sei exatamente o que Ele quer e é isto que vou Lhe oferecer: TUDO.

Deixo minha posição e olhando fixamente em seus olhos, afasto-me três passos antes de caminhar lentamente em direção à mesa. Manipulo o krater de vinho e diluo a quantidade certa de Licor Turiano. Seleciono a melhor taça que encontrei pelo Castelo esta manhã, esculpida em ouro maciço e adornada de rubis. Testo a temperatura no bico dos meus seios que se retraem luxuriosamente e começo a verter o líquido âmbar na taça.

Volto a aproximar-me lentamente e adoto a posição preferida de meu Senhor. Segurando a taça com as duas mãos, primeiramente aproximo-a de minha barriga, demonstrando meu desejo, minha fome Dele, e em seguida beijo delicadamente a lateral da taça em uma declaração silenciosa dos meus sentimentos, para finalmente oferecer-lhe o recipiente. O brilho da satisfação em seus olhos é latente e isso basta para me confundir os sentidos ainda mais. Sou Sua! Pertenço-lhe!

Enquanto Ele sorve com volúpia o saboroso vinho, sussurro em seu ouvido:

- Eu preparei um prato especial para esta noite. Posso servi-lo?

- Claro que pode, minha kajira.

Deixando a posição levanto-me e novamente e me afasto três passos olhando em seus olhos antes de começar uma caminhada lenta com toda minha nova feminilidade aflorada em busca do alimento para saciar meu Master.

Sirvo uma generosa porção de Larmas fatiadas em seu prato, e besunto-as com mel, voltando em seguida para os pés do Dono. Prossigo com o ritual e ofereço o alimento que Ele aceita com prazer, acariciando minhas mãos naquele breve momento de contato.

Estou exultante. Permaneço ajoelhada esperando. Ele saboreia esse alimento que eu mesma preparei e servi. Sinto todo o poder desse homem fluindo sobre mim, não tenho dúvidas que meu lugar é exatamente aqui, aos seus pés. Nem percebo o tempo passar.

- Estava tudo muito delicioso, minha bela kajira.

- O Senhor está satisfeito? Deseja algo mais?

- Não, estou plenamente satisfeito por hoje.